sexta-feira, 23 de outubro de 2009

eu vou!


Este fim de semana rumo a sul, para participar no Mercado Internacional. Para além de partilhar um pouco mais da minha experiência como Staff em Kandersteg, vou estar por lá a aproveitar para descobrir o que se faz noutras partes do mundo, a nível escutista, de voluntariado, etc.

Embora já seja um pouco tarde para publicitar (as inscrições estão fechadas), o Mercado Internacional é uma excelente iniciativa da Secretaria Internacional. A edição de 2008 foi um sucesso e o meu Clã que o diga. Inspiraram-se, trabalharam muito, desesperaram ainda mais, mas conquistaram o RoverWay. E quem sabe o que mais irão conquistar?

Depois de tantas histórias, estou curiosa e vou descobrir as surpresas que a SI preparou para nós. Espero trazer de volta muitas propostas e desafios para os "meus" Pioneiros... e quem sabe se não me inspiro para uma nova aventura?!

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Ainda não terminei as histórias por aqui. Ainda tenho que vos contar da festa nacional suíça, da vez em que decidi ir até ao Upper Hut sozinha, da expedição de 2 dias que fizemos e mais algumas coisas. Eu ando por aí e não me esqueci deste espaço, mas a atenção tem estado voltada para outras prioridades. Cada coisa a seu tempo!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

descer à civilização

Sair do vale de Kandersteg e passar por cidades era, para muitos de nós, um choque. Com a pureza dos ares, a proximidade das montanhas, a simplicidade das gentes e a vista pitoresca da vila, era estranho enfrentar o movimento da cidade, o betão acumulado, o movimento dos carros, e até toda aquela variedade de pessoas que é normal encontrar nas cidades. Às vezes, parecíamos os verdadeiros bichos do mato. Por isso, a maior parte dos nossos dias de folga eram nas montanhas, a fazer caminhadas ou simplesmente a relaxar.

No entanto, houve um dia em que choveu e eu e o Zvo fizemo-nos à cidade de Thun, que fica nas redondezas e tem um castelo. Entre outras coisas, claro está.


Qual não foi a nossa surpresa quando encontrámos a cidade repleta de movimento e... de música! Estava a haver um festival de [bolas, não me consigo lembrar do nome]

um instrumento que se dá à manivela e toca um som que está codificado num sistema de roldanas

engenhocas geniais, e havia-as aos magotes pela cidade. As notas embrulhavam-se na multidão de risos, gente, carros; no movimento da cidade.

Fugidos da balbúrdia, subimos até à colina do castelo. Nele, encontrámos uma exposição sobre o quotidiano histórico de Thun: o modo de vida, o artesanato, a indústria.

Eu fiquei encantada com as casas de bonecas. Verdadeiras obras de arte, com os minuciosos detalhes na decoração e no recheio.


E como se não bastassem obras de arte, ainda apanhámos uma sessão de apresentação ou de esclarecimento sobre grafonolas antigas, numa loja cheia destas preciosidades. Não percebemos nada do que se dizia, mas não era preciso. Bastava ouvir o som que saía de cada uma delas...

E rimo-nos com os cisnes a deixarem-se levar pela corrente e a nadarem contra ela ao último momento.


Com a sensação de que um dia bem passado na cidade pode ser tão bom como um dia nas montanhas, lá voltámos para a vila mágica e mais uma semana árdua de trabalho.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

back to business

Estou de volta, como prometido.
Nas últimas semanas, arrumei as minhas bagagens, deixei Kandersteg e a Suíça, aterrei em Portugal. Vi a minha família e alguns amigos, fiz uma caminhada no Gerês, fui acampar para Viana do Castelo, comecei a participar na equipa de animação da IIIª secção do meu agrupamento e comecei as aulas de Doutoramento.

Agora que começo a assentar, voltei para vos contar sobre outras coisas que se passaram em Kandersteg durante o Verão.

Deixei-vos na altura em que a época alta estava ao rubro. Tão ao rubro que eu até me esqueci de tirar fotografias do salão de refeições quando ele enchia quatro vezes para jantar. Nos dias mais caóticos, chegámos a servir 450 pessoas ao jantar.

Mas não deixámos de nos divertir enquanto trabalhávamos.

Era, aliás, assim que íamos animando as longas horas de trabalho.

Embora às vezes houvesse desastres. Os copos, não fui eu que os parti (milagre!), mas eu ainda consegui bater o recorde de desastres quando tentei intoxicar quase 400 pessoas com excesso de pimenta na comida. Perto de 80 eram portugueses...!

Na cozinha, era sempre a maior animação. Com dois LTS a coordenar e sempre 3 ou 4 STS a ajudar, lá íamos cozinhando e limpando e servindo, vezes sem conta. Lidámos com hóspedes de todos os feitios, cometemos erros, fizemos brilharetes. Ao todo, confeccionámos cerca de 95 000 refeições.

Trabalhámos muito, divertimo-nos ainda mais e, assim, contribuímos para enriquecer a experiência alpina de milhares e milhares de escuteiros.

A época alta é tão trabalhosa como gratificante. Ainda não sei bem como o vou fazer, mas quero voltar para o ano.